Que
fazia em meu lugar um homem digno, um
homem de princípios
elementais?
Esvaziadas
já
todas as peças, põe-se
a
folhear a
varanda.
Volta-se
ao corretor.
“A
vista é muito graciosa, decerto,
mas
com ela não se pode limpar o rabo”.
Eis
aí um homem sensato.
Sensato,
como se vê, jovial.
(Disse
uma verdade, o firmamento não veio abaixo).
Agora
partem os
dois
em busca de coisa mais compreensível.
A
mim, deixam-me quieto.
Que
mais posso pedir?
Em
sonhos, no entanto, alteio-me ao centro da sala.
Eis
aí um homem sensato, de voz ancorada, voz que fundeia o navio.
Olhos
fitos em cada um deles.
Que
faz este leme no canto da sala? O que quer dizer, que querem dizer
com isso?
Sou
um homem.
Destes
homens que dizem coisas como –, “não saio daqui sem respostas”.
Um
homem digno, enfim.
Este
homem, que fazia este homem para
tirar da grande revelação a grande revelação?
É
de supor que já se tenha defrontado em algum momento com o problema
do teatro.
O
problema da representação.
O
problema da afirmação decisiva.
Como
terá resolvido o problema da afirmação decisiva?
Como
parece tranquilo, afinal.
Debruçado
à varanda, traz para dentro dos ossos a impossibilidade,
embala-o
(dentro dos ossos) o reproche
maternal do tempo.
Remediado está.
Remediado está.
Não
consigo interromper a costura do fantasma.
Mancheias
de sangue no interruptor.
Talvez
sejam minhas.
Que
sei eu?
Ele
é digno como os sonhos, mas ele se move.
Ele
se move pela estatuária –, grotesca –, não há como
contornar –, apalpa umas corujinhas de louça.
Que
fazia das medalhas, este
homem, das
medalhas?
Cortavam-nos
os pés.
Cortávamos
os pés nas medalhas,
voltando
da praia.
Os
anos já não comportavam tanta boa vontade.
Tanto
“sacrifício”.
E no entanto, aquilo continuava.
Que
fazia
dos
anos, fazia que
não
dava por eles? Que não tinham peso, gravidade?
Fazia
como os homens que levam num frasco a bala que por pouco não os
matou?
Que
fazia a respeito dos quadros, destes quadros com
os galos, por exemplo?
São
odiosos, não há quem não o reconheça.
No
entanto, pelo que sei, jamais moveu-se uma palha para tirá-los do
lugar.
Agrada-me
a ideia do leilão, é
civilizada (civilizada
demais para nós, se querem mesmo
saber).
Dói-me,
no entanto, que os vestidos dela não conheçam o fogo.
Creio
tratar-se de um impasse objetivo.
Nada
disto dançará selvagemente?
Nada
conhecerá a blasfêmia?
Não
conhecerão o fogo
.......................... o
leme
...........................as
corujas
...........................os
galos
...........................os
malditos galos?
Vamos
lá, responda.
Que
fazia em meu lugar um homem
digno?
Matava-se.
Ou
isto
ou
sumia no mundo.
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