Um
idioma até então desconhecido, sempre nos preocupa a questão –
até que ponto
conseguiremos chegar “com nossos próprios pés”?
De
raro em raro, ele areja um pouco a lição. As intrusões dialógicas,
por exemplo.
“Que
horas são?”, “estou muito atrasado”, “para que lado é o
obelisco?”
Nunca
nos adiantamos muito às locuções emergenciais. Não era tão mau
professor, contudo, ignorava. Uma emergência pode e frequentemente
tomará sobre si termos os mais imprevisíveis.
Meus
colegas de classe não atinavam bem com isso. Baliam exaustivamente
para o quadro-negro –
“Leve-me
ao consulado”, “leve-me ao hospital mais próximo”, “leve-me
ao consulado”
O
abatalhado do idioma a vir, como um chinelo eclodindo na garganta.
Como nos torna imperativos, bárbaros, bárbaros, repitam comigo –
“Eu
fiz reservas para hoje”, “eu devo partir às oito”, “eu não
entendo o que você quer dizer”
Não
era tão mau professor. Era um carrasco, um golpista, um vilão. Não
tinha nenhuma alegria no erro. Todos os outros eram um pouco para os
lados.
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