domingo, 3 de agosto de 2014

Recepção de Boas Vindas; [Você não se lembra como o quanto...]; O Baile dos Invertidos no Magic City

Recepção de Boas Vindas

I’m going down
My uncle did it
My daddy did it…
(The Roches)

Por longo tempo o sol pingava
do funil de uma rua com as américas
agora põe os pés de volta
firmes escamoteados na própria nascença
sólito seria o termo
que nos participaria do quanto
anda seduzido por afirmações que
tais “corre na família” este
mesmo nadador num continuum de errar a raia
ele disse (ele disse) minha loucura
era visceralmente funcionária
ele disse seus pontos e linhas
seus broches e motores para eles
a minha loucura a minha loucura
fez uma boca torta de faisão
“ora ninguém nunca enlouqueceu"

*



Você não se lembra como o quanto
displiçou-se (era difícil
o moto para frente) Liberdade
sobe alguns quinquilhários ao acaso
não soubemos o que fazer das letras
despencadas da marquise
nem dar o instante por rematado
enquanto estivéssemos
no instante
o mais tardar? aquele? longo
tempo pensei enquanto não
comprasse um barbeador elétrico
haveria de permanecer jovem
entanto é consabido há pouco mais
de trinta situações narrativas
das quais podemos partir para o mundo
alguma felicidade esporada um que outro
hoje calça os próprios pés (não
gira) observando de parente alguém
que já não reconhecemos que contudo
não se pode refutar

*


O Baile dos Invertidos no Magic City


com isso a paga da Orquestra Fantasma (os fraques.
Seus locatários de espalhada pelos últimos bondes) refletores
cirúrgicos. Bitters. Bisturis

súbito sinto-me atacado de extrema bondade à altura da nuca. Porque
você me ama, malparado, deixou até a barba crescer. Ou a arte
de cair da mudança, espanar dos ombros esses mínimos cristais, meter
pela turba enlouquecida o mesmo queixo guindado a expensas de


- Sim, por favor, continue.

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