Não é boa vizinhança afirmá-lo
Todos estão brandos estas são as estações brandas
minha mãe um dos muitos pátios que urge varrer
ora sei que é preciso murar-se
o poema
deve-se sentá-lo pelas quatro estações de um ano terrível
o que nos diz o terminal quando para de ondear
do verão, procure ouvir
aqui está
quente morno temperado
aqui não há quase estações falando verdade
o homem ordinário é uma tara que muitos outros mundos são esses?
há um reparo amarelo aqui não há quase um clima
fora o indulto de licenças poéticas
aqui o tempo está esplêndido escreve-me
certa gente que não vejo há meses
*
Não é caso de se levantar
Eu não sei a diferença entre a coerência & a coerência &
a repetição caligem fósseis conterraneidade ruidosa
no verso
algo à maneira de uma tosse
seca e não consigo dar
um décimo andar sobre nada cravado
de ventos frios
onde sinto-me perder a variante decisiva
“minha vida”
foi que abriram tanto
florão buquê parentético eu não sei
quem sabe a coisa que o vento
avulsa de mim assina
um casario alegre & deitado
por terra. Onde sinto-me perder até as latentes
*
Como os hemisférios desvairam
entre si
não há uma só palavra para junho,
nem mesmo
julho, agosto, setembro, não há
isto que há, que escrevo agora,
“uma bela manhã”,
isto que escrevo e numa língua
em que eu talvez não seja nascido,
oportunos azuis, amarelos, um poema
a que não comparecem
testemunhas, uma luz
que noite de tão
longe. Este é o planeta – já estamos
consolados? –, ele se move
para criar um diferendo, outros
rincões
onde partir não significa
bem isto
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