sábado, 12 de julho de 2014

Tempestades, vícios

que tipo de megera
me tornei o tipo que

roufenho a certo
amigo escavado ao

acaso a um café: e tu também
te cansarás um dia 

de responder a e-mails
em redondilha menor deus

de que misericordioso
rasgo! meus olhos

em tudo excedidos enfim
cifram-se neste cigarro

queimando entre
os cigarros os amigos

a quem tento me
explicar há anos

serão sempre antes
depois o canteiro

perquirido segue breu
de qualquer palavra

sua que me pudesse
consolar desta bateria

de romances em que o
sono me atirou só

dou por um gesto
de resto um bocado

largado já mal se divisa
através da manhã

poucas as coisas
que hoje me ocorrem

em verso -- entanto
há anos busco

adiantar-me ao gesto
surpreendê-lo

uma esquina adiante
dizer raio relâmpago

conflagração
- o mundo, o mundo -

tempestades vícios
vejam – tudo é trabalho

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